
A conservação dos recursos naturais e o uso sustentável da biodiversidade dependem, em grande parte, da liderança e do conhecimento das mulheres indígenas. Essas mulheres não apenas preservam práticas ancestrais, mas também inovam na gestão territorial e na promoção de um desenvolvimento que respeita o equilíbrio ecológico e cultural. Neste artigo, exploramos como as lideranças femininas indígenas têm desempenhado um papel essencial na proteção dos ecossistemas e como eventos como a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas estão abrindo novos caminhos para a construção de políticas públicas mais inclusivas e transformadoras.
A força das lideranças femininas indígenas
Em diversas comunidades indígenas, as mulheres são as guardiãs dos saberes tradicionais, responsáveis pela transmissão de conhecimentos relacionados ao manejo dos recursos naturais, à produção de alimentos e à preservação dos modos de vida. Esse conhecimento ancestral se traduz em práticas sustentáveis que conciliam a utilização dos recursos com a necessidade de conservação ambiental.
Além disso, essas lideranças se destacam por sua capacidade de mobilização e engajamento social, atuando na promoção de políticas públicas que protejam seus territórios e garantam a segurança econômica e cultural de suas comunidades.
O papel dessas mulheres vai além da simples preservação ambiental. Elas impulsionam práticas inovadoras que integram tradição e modernidade. Estratégias como extrativismo sustentável, agroecologia e manejo florestal não só promovem a conservação dos ecossistemas, mas também geram renda, melhoram a qualidade de vida e fortalecem a autonomia das comunidades indígenas.
A 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas
Prevista para agosto de 2025, a conferência representa um marco na inclusão e participação das mulheres indígenas na formulação de políticas públicas específicas. Organizada em parceria com a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), a conferência abordará temas fundamentais como:
Enfrentamento à violência
Gestão territorial e demarcação de terras
Emergência climática
Saúde e educação
Espera-se que o evento reúna aproximadamente 5 mil mulheres indígenas dos seis biomas brasileiros, fortalecendo sua atuação como agentes fundamentais na preservação ambiental e na promoção da equidade de gênero.
Os eixos temáticos e o impacto regional
Cada eixo temático da conferência reflete desafios e oportunidades vivenciados pelos povos indígenas.
Gestão territorial e demarcação de terras: a demarcação de terras é essencial para garantir que as comunidades tenham o controle e a segurança de seus territórios, especialmente diante da ameaça do marco temporal, que pode comprometer áreas já reconhecidas.
Emergência climática: as mulheres indígenas discutem os impactos das mudanças ambientais, agravados por atividades predatórias como o garimpo e o desmatamento, que colocam em risco a integridade dos ecossistemas.
Políticas públicas e violência de gênero: a criação de redes de proteção e ferramentas jurídicas específicas visa enfrentar a violência contra as mulheres indígenas.
Saúde e educação: a preservação dos saberes ancestrais é essencial para o bem viver, combinando conhecimento empírico e espiritual.
As conferências regionais, realizadas em diversas partes do país, possibilitam um diálogo mais localizado, preparando o terreno para o evento nacional. Esse grande encontro, chamado Copaíba, promete ser um divisor de águas na mobilização e fortalecimento das políticas públicas voltadas às mulheres indígenas.
Contribuições da GSS para a valorização dos conhecimentos tradicionais
A VBIO.eco, desenvolvida pela GSS, tem se destacado como um agente de transformação na área de sociobiodiversidade. Através de uma plataforma que integra inovação tecnológica e conhecimento técnico, a VBIO conecta projetos de impacto a empresas e investidores interessados em promover a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico.
Essa ferramenta funciona como uma vitrine para iniciativas que fortalecem comunidades, geram renda e protegem os ecossistemas. Seu trabalho abrange desde planejamento estratégico até execução e monitoramento contínuo dos projetos.
Ao alinhar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com as práticas de bioeconomia, a VBIO demonstra que investir na valorização dos saberes tradicionais e na conservação dos recursos naturais é, ao mesmo tempo, um investimento em pessoas e na construção de um futuro mais justo e sustentável.
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