COP16: por que as decisões sobre biodiversidade afetam seu planejamento estratégico?
- GSS
- 24 de fev.
- 3 min de leitura

Na 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP16), realizada em Cali, Colômbia, entre 21 de outubro e 1º de novembro de 2024, as negociações foram interrompidas temporariamente devido à falta de quórum. Após esse período de incertezas, a retomada dos debates está marcada para Roma, de 25 a 28 de fevereiro de 2025, reunindo líderes, especialistas e decisores globais para tratar de temas críticos.
Entre os assuntos em pauta estão o financiamento para a conservação da biodiversidade, a implementação de mecanismos de monitoramento e a criação de instrumentos inovadores – como o Fundo Cali, que visa captar recursos por meio de contribuições de setores que utilizam o DNA digital (Digital Sequence Information – DSI).
Essas decisões transcendem as questões ambientais e se tornam determinantes na gestão de riscos e na identificação de oportunidades de negócios num cenário de crescente demanda por sustentabilidade.
Destaques do que já foi definido em Cali
Na conferência, alguns avanços significativos já foram concretizados. Em primeiro lugar, a aprovação do Artigo 8J tem como objetivo garantir a inclusão de populações indígenas, povos afrodescendentes e comunidades locais nos mecanismos de proteção da biodiversidade. Essa iniciativa permite que esses grupos tenham acesso direto a recursos de financiamento, viabilizando o desenvolvimento de projetos ambientais que os integram de forma ativa nas futuras Conferências da Biodiversidade.
Paralelamente, foi reconhecido o Fundo Cali como um mecanismo de financiamento global destinado à conservação das sequências genéticas da biodiversidade. Esse fundo pretende captar recursos dos setores que mais se beneficiam dessas informações – como as indústrias farmacêutica, biotecnológica, de cosméticos e alimentícia – estipulando que 1% dos lucros ou 0,1% das receitas dessas empresas seja destinado à iniciativa. Os recursos arrecadados serão distribuídos entre as nações de acordo com a riqueza de sua fauna, flora e a produção de dados genéticos.
Decisões em 2025 e seus impactos
O recomeço das negociações traz à tona temas que podem transformar o cenário global. A meta de mobilizar até US$ 200 bilhões anuais para o financiamento da biodiversidade até 2030, juntamente com a proposta de reduzir incentivos e subsídios prejudiciais – com cortes que podem atingir US$ 500 bilhões por ano – aponta para a possibilidade de novos custos e exigências para empresas que dependem de recursos naturais.
Além disso, o avanço no uso de DSI para o desenvolvimento de produtos inovadores, que vão de vacinas a cosméticos, intensifica o debate sobre o compartilhamento dos benefícios derivados dessa tecnologia. A criação de mecanismos de contribuição, como a destinação de uma porcentagem dos lucros ou receitas, promete impactar setores estratégicos, incluindo os segmentos farmacêutico, biotecnológico e alimentício. Ao mesmo tempo, a inclusão de comunidades tradicionais nos processos decisórios e na repartição de benefícios reforça a relevância social da biodiversidade, influenciando positivamente a reputação das empresas e sua licença social para operar.
Por que isso importa para as empresas?
As decisões tomadas na COP16 afetam diretamente o planejamento estratégico corporativo. A integração de novos indicadores e métricas de monitoramento da biodiversidade nos relatórios de sustentabilidade exige uma análise detalhada dos riscos ambientais e regulatórios, forçando as empresas a repensarem seus modelos de operação. Em contrapartida, a abertura para o financiamento privado e a criação de fundos dedicados à conservação oferecem oportunidades únicas para parcerias estratégicas e inovações sustentáveis. Para empresas atuantes em setores impactados pelo uso de DSI, a necessidade de revisar e adaptar estratégias diante das novas exigências globais de compartilhamento de benefícios se torna imperativa.
Parcerias estratégicas
Nesse cenário de transformações aceleradas, a GSS se posiciona como um parceiro estratégico para organizações que desejam antecipar e mitigar os impactos das decisões globais. Com uma abordagem que alia análise profunda e monitoramento em tempo real, acompanhamos de perto as negociações da COP16 e traduzimos as decisões em insights práticos para o setor privado.
Nosso trabalho abrange a integração das novas métricas e exigências regulatórias no planejamento de longo prazo, promovendo ajustes na cadeia de valor e na gestão de riscos, além de desenvolver soluções que impulsionam a inovação e a sustentabilidade. Dessa forma, garantimos que as empresas não apenas se adaptem às mudanças, mas também liderem a transformação rumo a uma economia regenerativa.
Próximos passos
À medida que a COP16 avança, torna-se vital que as empresas se preparem para as mudanças no cenário global de biodiversidade. O acompanhamento contínuo das decisões – desde a implementação do Fundo Cali até as novas regras para o uso do DSI – será essencial para ajustar estratégias corporativas e manter a competitividade em um mercado em constante evolução.
Na GSS, nosso compromisso é oferecer análises precisas e suporte estratégico, ajudando seu negócio a transformar desafios em oportunidades e a se posicionar à frente das mudanças que estão por vir.
Comments