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O papel do setor privado na conservação da biodiversidade: insights pós-COP16




Ontem (06/11) a GSS Impact Development Company, junto com a VBIO, realizou o primeiro webinar pós-COP16, com o tema “Impactos e oportunidades para o setor privado”. Conduzido por Francine Leal, Diretora de Biodiversidade da GSS e VBIO, e David Canassa, Diretor Executivo das Reservas Votorantim, o bate-papo trouxe alguns resultados da COP16 com foco nos desafios para o setor privado em relação à biodiversidade. Confira os principais tópicos desse bate-papo a seguir.  


Contexto e relevância da COP16 

A 16ª Conferência das Partes (COP16) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), foi um momento essencial para os países discutirem estratégias para combater a perda de biodiversidade. David Canassa detalhou a importância da COP16, destacando a continuidade das metas definidas na COP15 (em Montreal), com foco na conservação dos ecossistemas e no enfrentamento da extinção em massa de espécies. Ele destacou que a conferência não se limitou a um encontro de governantes, mas também funcionou como uma vitrine para iniciativas do setor privado, refletindo a crescente relevância do meio empresarial nas negociações globais. 


O papel do setor privado na conservação da biodiversidade 

Uma das discussões centrais foi sobre a responsabilidade crescente do setor privado em relação à biodiversidade. Assim como as empresas têm se mobilizado para medir e reduzir suas emissões de carbono, agora é imprescindível que também monitorem e gerenciem seus impactos sobre a biodiversidade. Francine Leal e David Canassa reforçaram que as empresas devem não só adaptar suas operações para minimizar danos ambientais, mas também buscar formas inovadoras de integrar a conservação da biodiversidade em suas estratégias de negócios. A adoção de certificações ambientais e serviços de compensação ambiental, como a preservação de biomas e a restauração de ecossistemas, surge como uma oportunidade importante. 

“Agora, mais do que nunca, é imprescindível que as empresas integrem a biodiversidade ao seu DNA corporativo, fazendo com que isso se reflita nas práticas do dia a dia”, afirmou Francine Leal. 


Desafios no financiamento e implementação das metas 

Embora a COP16 tenha trazido avanços significativos, como a promoção de maior envolvimento do setor privado e das comunidades tradicionais, um dos pontos críticos discutidos foi a dificuldade em alcançar consenso quanto ao financiamento das ações de preservação. Francine Leal expressou preocupação sobre como a falta de um fundo robusto pode prejudicar a execução das metas estabelecidas até 2030. A ausência de um acordo final sobre os fundos de biodiversidade foi uma das frustrações da conferência, gerando incertezas sobre a viabilidade de algumas iniciativas. 


O protagonismo das comunidades tradicionais 

Uma das conquistas mais significativas da COP16 foi a maior participação de comunidades tradicionais, como povos indígenas e quilombolas, na discussão sobre a biodiversidade. Essas comunidades têm um conhecimento profundo e ancestral sobre os ecossistemas e a importância de sua preservação. Francine destacou a criação de um órgão específico para essas populações, que poderá garantir uma abordagem mais inclusiva e justa no desenvolvimento de políticas e práticas de conservação. O reconhecimento e valorização do saber tradicional são fundamentais para a construção de soluções que respeitem a natureza e promovam uma convivência sustentável. 


Inovação: oportunidades e desafios 

Um dos grandes temas discutidos foi a bioeconomia e as oportunidades de inovação que a biodiversidade oferece. David Canassa mencionou que o Brasil ainda possui vasto território e biomas pouco explorados para pesquisa e desenvolvimento de produtos sustentáveis. A biotecnologia e o desenvolvimento de novos produtos a partir de recursos naturais estão se tornando áreas estratégicas para o setor privado, como soluções para a indústria farmacêutica, cosmética e alimentícia. As certificações de biodiversidade também emergem como um diferencial competitivo para as empresas que adotam práticas mais sustentáveis, podendo resultar em benefícios tanto econômicos quanto ambientais.  


Valorização da biodiversidade e o impacto nos negócios 

Durante o webinar, Francine Leal abordou como a biodiversidade tem um valor que vai além do econômico. Ela ressaltou o impacto espiritual, cultural e estético que a natureza exerce sobre as pessoas e as comunidades. Esse valor não é sempre mensurável em termos financeiros, mas é cada vez mais reconhecido por setores como o turismo, que depende diretamente de paisagens e ecossistemas preservados. As empresas precisam, portanto, entender que a biodiversidade está diretamente conectada ao seu sucesso a longo prazo. Isso inclui considerar como os recursos naturais e os serviços ecossistêmicos, como a regulação do clima e o fornecimento de água limpa, são essenciais para as operações de negócios. 


“Como é que a gente pode fazer com que a biodiversidade gere valor? Porque, se ela gera valor, vai gerar conservação. Não só o valor espiritual, relacional, de entender a necessidade ecossistêmica, não. Estou falando de gerar dinheiro, também. Se alguma coisa fica economicamente interessante, fica mais fácil mantê-la.”, complementou David.  


O aprendizado da COP16 e próximos passos 

O debate foi finalizado destacando a importância das COPs como um espaço de aprendizado contínuo. Apesar dos desafios e das negociações complexas, o evento é uma oportunidade para construir redes de cooperação entre o setor privado, governos e organizações civis. A interação entre essas partes pode transformar as metas globais em ações práticas de inovação e desenvolvimento sustentável, proporcionando aos participantes a chance de compartilhar experiências, aprender com as boas práticas de outros países e implementar soluções inovadoras. 


Parceria GSS e Reservas Votorantim na COP16 

A colaboração entre a GSS e as Reservas Votorantim é uma realidade há muitos anos, e foi destacada como um exemplo importante de como as empresas podem se unir para fortalecer os debates sobre biodiversidade. Durante a COP16, a VBIO foi uma das 20 iniciativas globais selecionadas a participar da Biodiversity Technology and Innovation Expo, com um espaço exclusivo onde pode mostrar ao mundo seus projetos de inovação e sociobioeconomia. O espaço contou com a parceria da Reservas Votorantim, reafirmando a crescente importância do setor privado na promoção de projetos voltados a proteção e conservação da biodiversidade. 


Empresas e biodiversidade: um caminho para o futuro mais sustentável 

A COP16 demonstrou que o setor privado é um ator indispensável na conservação da biodiversidade e no alcance das metas globais estabelecidas. A presença de empresas como a Reserva Votorantim, que participou ativamente da conferência, mostra como o envolvimento corporativo é crucial para alinhar práticas empresariais às demandas globais de sustentabilidade. Ao adotar práticas sustentáveis, inovadoras e inclusivas, as empresas não apenas ajudam a preservar a biodiversidade, mas também criam novas oportunidades de negócios, contribuindo para um futuro mais equilibrado e resiliente. 

Ao integrar a biodiversidade em suas estratégias, as empresas podem não só garantir sua continuidade a longo prazo, mas também se posicionar como líderes em um mercado cada vez mais exigente quanto à responsabilidade ambiental. Em um mundo que busca soluções mais sustentáveis, a COP16 deixou claro que a biodiversidade é, de fato, o futuro dos negócios. 


Não perca os próximos webinars da GSS sobre a COP6 da biodiversidade! Fique ligado para acompanhar as discussões e como as empresas podem se engajar de forma eficaz na conservação do nosso planeta. 


🔗 Assista ao webinar completo: https://www.youtube.com/watch?v=VDwPRZv8zfI&t 

 

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